Vinicius Motter

Ainda existe muito estigma em relação a ir ao psiquiatra, o “médico do louco”. Isso decorre de uma visão com influência até certo ponto “sombria” da história da doença mental e da psiquiatria, decorrente de uma perspectiva “atrasada”, manicomial. Hoje em dia, com o avanço do conhecimento sobre a mente humana, reflexo do funcionamento do cérebro, entendemos melhor os fatores determinantes dos comportamentos e emoções do indivíduo.

O psiquiatra, nada mais é, que o médico do comportamento, do pensamento e das emoções.

Sou alguém que gosta muito de conversar. Desenvolvi esta habilidade de falar com todos e sobre vários assuntos porque isso sempre foi  muito estimulado pela minha família. Desde meu avô, foi-me ensinado que os conhecimentos gerais podem, além de trazer engrandecimento pessoal, facilitar o contato com as mais diversas pessoas nos mais diversos ambientes. A psiquiatria não foi uma surpresa, e sim um caminho natural uma vez que a base do trabalho do médico psiquiatra é o diálogo.

Veja, os pensamentos, as emoções, o humor e inclusive alterações de comportamento, nada mais são que expressões das experiências da vida e resultantes das relações entre o indivíduo e o meio. Este é o “campo de estudo” da psiquiatria. Por vezes o impacto destas experiências na sua vida, ou de alguém próximo, pode configurar o que chamamos de Transtorno Mental.

Não existe nenhum exame que você pode fazer e irá me mostrar qual o sentimento que está ali, você precisa de tempo e um espaço para se abrir… Somente através de uma conversa aberta e franca é possível acessar os conteúdos mentais no intuito de uma melhor avaliação dos motivos do sofrimento (comportamentais, biológicos, reacionais). O consultório do psiquiatra é o local ideal para juntos, discutirmos sem julgamentos, sobre as possíveis soluções, pautadas numa rede de apoio multidisciplinar e familiar.